Não foi preciso puxar muito por mim. Do homem “sapiens” ao homem “erectus"
(desculpem mas não gosto da palavra "homo") foi um cruzar de olhos. Os
dela não me largavam, perdera mesmo já a noção da coisa, não sabia mais
quem estava a olhar para quem. Tudo começara quando a vira sentada na
mesa, conversando com os seus amigos. Nunca pensara ter de passar por
isto. Olhara-a de alto abaixo, com a fome de um Lobo em noite de lua
cheia. Estava no entanto tranquilo na inconsequência da minha atitude.
Quando olho uma mulher com essa intensidade, é na certeza de que esta
possui condições bastantes para ser admitida na minha instituição sem se
submeter primeiro à malha selectiva da entrevista. Bem «Seja o que Deus
quiser!" Soliloquei (verbo derivado, que é como quem diz inventado, do
substantivo solilóquio), e fiz-me à estrada. Peguei no copo, dirigi-me
em passos arrastados em direcção à sua mesa como vira fazer vezes sem
conta no cinema. «Olá, Desculpa, temos que falar» Disse, arranhando cada
palavra no ouriço cacheiro que, inesperadamente, por magia, se viera
alojar na garganta. « Perdoa-me se… os meus olhos te estavam a
incomodar, mas normalmente consigo me controlar. Dou uma olhada
apreciativa e fico-me por ali se não tiver troco. Mas no teu caso…não
teve jeito. Os malditos ficaram-se-me ali, perdidos Quando lhes ordenei
para te deixarem em paz, desobedeceram-me. Palavra! E por isso aqui
estou eu, não tive outro remédio senão vir explicar-me» O ouriço quase
me ia saltando pela boca. Estava à beira do suicídio, uma caneta na
minha mão e teria furado as goelas logo a seguir aos olhos. Ela sorriu
como só a felicidade sabe, dos meus ombros duas gotas de suor sprintaram
até ao cóccix, não se conseguindo distinguir qual das duas chegou
primeiro. A bebida do meu copo havia se evaporado, rodei o gelo na
esperança do fenómeno da multiplicação divino, mas nada,
vazio como só o Estádio da Luz. Devia ser noite de póker lá no Céu.
Cruzou as pernas esguias chocolate e inclinou-se na minha direcção,
ronronando os seios independentes na seda púrpura do seu vestido:
«Querido, Tu falas muito. Não és novidade para mim, há muito que
esperava por ti.» Se há olhos que só faltam falar, não são aqueles. Ali
tudo gritava aos meus olhos: TOMA-ME!!! JÁ!!!! Perante a minha indecisão
levantou-se, sussurrando-me os lábios na orelha: « Não percamos mais
tempo…» Agarrou-me na mão e saímos sem dizer mais palavra. O seu “mataco
perfeito marcou o passo, surfando sobre o seu
andar
rebolado”. Tinha o ferro de malhar incandescente, a ganga não conseguia
esconder nem metade do que me ia na alma. Fixei o olhar no
desenvolvimento do seu corpo, pernas, traseiro, costas, que sexo em
harmonia, Meu Deus! Não havia hipótese. A probabilidade de não ser
assaltado na próxima esquina era menor do que o Manoel de Oliveira ganhar
um óscar (depois de morto), mas mesmo assim arrisquei, seguindo canino
as pisadas da minha nova dona. Eu, um MLA, subjugado assim às volições
da emoção, nunca se tinha visto. Andava com várias miúdas, com as quais
mantinha uma relação tórrida mas sem consequências afectivas, pois
tinha-as na condição de amantes, a todas elas dizia que havia outra: a
namorada. Finalmente tinha-a encontrado, uma deusa afro- portuguesa,
esperma de marinheiro fecundado em óvulo de nativa de uma tribo Banto. A
tesão sobrepunha-se claramente ao medo, pelas ruas escuras e
silenciosas só se ouviam os nossos passos. Tentei por uma ou duas vezes
meter conversa, mas ela repreendeu-me com um sorriso, colando o
indicador aos lábios. Segurava a minha mão na firmeza da suavidade.
Quando chegámos à minha casa parou. Fiquei sem saber o que dizer.
Olhei-a. Esta murmurou «Abre». Abri a porta da escada e entrámos sem
proferir mais palavra. Agora guiava eu a caravana com a sensação
incómoda de não possuir retrovisor. Chamei o elevador. Entrámos, marquei
o 2.º andar e pensei: Os vizinhos não me vão perdoar… Todavia não mexi
um músculo, estávamos ali a menos de meio metro e não consegui
empurrá-la contra o mostrador, agarrar-lhe nos pulsos e arrancar-lhe a
cueca com a força bruta do “Animal” esfomeado que mantinha enjaulado nas
501. Abri a porta e conjecturei: É agora, ela saca a arma e encosta-me
aos miolos. Em vez disso senti os seios excitados se apertarem nos
músculos das minha costas, enquanto as mãos me rodeavam a cintura,
desapertando o cinto. O meu Membro saltou cá para fora com a violência
de um Marine no desembarque da Normandia. As suas mãos apoderaram-se
dele massajando-o com a mestria do saber africano, provocando o latejar
dos seus capilares nervosos até ao limiar da elasticidade da pele. Ela
começou a contorcer-se no meu corpo, o chão a andar à roda e ficámos
frente a frente. Desprendeu a mini-saia que só parou no chão flutuante,
mostrando a rendinha vermelha cobrindo o seu sexo. Acariciei-a com a mão
direita sentindo a sua textura premida contra a zona entumescida,
rapada recentemente. Passei-a para o lado dentro e experimentei a
diferença de temperatura, com um gesto descendente fiz deslizar a
lingerie pelas pernas até esta se quedar no soalho. Acariciei aquelas
pernas magníficas, firmes, onduladas na volúpia do prazer. De joelhos
aproximei-me da sua carequinha. Estava em carne viva, suculenta,
afaguei-a primeiro com os dedos e depois não resisti, abria-a com ambas
as mãos e passei-lhe a língua, movendo-a lânguida, dentro do seu sexo,
excitando-lhe o clitóris de permeio. Aquele sabor estranho mas
característico, transformou-me num urso em frente ao pote de mel. Cada
vez mais excitado, a minha língua procurava avidamente sorver todo o
melaço que brotava entre paredes daquela caverna.
Chegado o momento certo, espetei-lhe o mastro duma só vez, e com movimentos ritmados, cada vez mais poderosos, procurei chegar à luz no fundo do túnel. Chupei-lhe os seios até não mais poder, agarrei-lhe nas nádegas fortes, espremi-as procurando o saciar do meu desejo, vezes sem conta as minhas mãos percorreram aquele corpo fascinado pela firmeza da sua pele e o deleite do seu rosto. Ela mexia-se, contorcia-se incitava-me, empurrava-me para dentro dela até que não aguentando mais desfraldei a Bandeira e gozei como um maluco. Deixei-me vir ali que nem um perdido, libertei-me dos mil e um fantasmas aprisionados no meu espírito, pressenti as lágrimas a aflorar entre os cílios e quedei-me ali nos seus braços, esgotado mas feliz como nunca, gozando a paz mundial alcançada. Ficámos ali uma imensidão de tempo, extasiados um no outro, adormeci com a sua mão catando a minha cabeça como a mãe orangotango faria na sua cria. Acordei, o cheiro de sexo naquele quarto era qualquer coisa digna de um salão orgíaco do império romano. A minha Deusa havia partido, será que faltava alguma coisa? Dinheiro, parecia que não. A carteira continha ainda algumas notas de mil e uma de dois mil. Encontrei o bilhete na cozinha debaixo de uma Manga. O pacote da Mimosa estava fora do frigorífico, não havia vestígios de ter sido utilizado copo. A mensagem nele contida dizia: «Amanhã à mesma hora!»
Chegado o momento certo, espetei-lhe o mastro duma só vez, e com movimentos ritmados, cada vez mais poderosos, procurei chegar à luz no fundo do túnel. Chupei-lhe os seios até não mais poder, agarrei-lhe nas nádegas fortes, espremi-as procurando o saciar do meu desejo, vezes sem conta as minhas mãos percorreram aquele corpo fascinado pela firmeza da sua pele e o deleite do seu rosto. Ela mexia-se, contorcia-se incitava-me, empurrava-me para dentro dela até que não aguentando mais desfraldei a Bandeira e gozei como um maluco. Deixei-me vir ali que nem um perdido, libertei-me dos mil e um fantasmas aprisionados no meu espírito, pressenti as lágrimas a aflorar entre os cílios e quedei-me ali nos seus braços, esgotado mas feliz como nunca, gozando a paz mundial alcançada. Ficámos ali uma imensidão de tempo, extasiados um no outro, adormeci com a sua mão catando a minha cabeça como a mãe orangotango faria na sua cria. Acordei, o cheiro de sexo naquele quarto era qualquer coisa digna de um salão orgíaco do império romano. A minha Deusa havia partido, será que faltava alguma coisa? Dinheiro, parecia que não. A carteira continha ainda algumas notas de mil e uma de dois mil. Encontrei o bilhete na cozinha debaixo de uma Manga. O pacote da Mimosa estava fora do frigorífico, não havia vestígios de ter sido utilizado copo. A mensagem nele contida dizia: «Amanhã à mesma hora!»
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